Dados do Trabalho
Título
MANCHAS DE ROTH NA SINDROME HEMOLITICO UREMICA: UM RELATO DE CASO
Fundamentação/Introdução
As manchas de Roth, descritas inicialmente em 1878, são caracterizadas por lesões hemorrágicas retinianas com um ponto central esbranquiçado1. Sua fisiopatogenia envolve disfunção endotelial, com ruptura e extravasamento de glóbulos vermelhos, com posterior ativação da cascata de coagulação e formação de um ponto de fibrina, indicativo de trombo2. Estão associadas em 80% dos casos com endocardite bacteriana subaguda, embora possam estar presentes em outras patologias como: anemia, plaquetopenia, retinopatia hipertensiva ou diabética, HIV, síndrome do bebê sacudido, anóxia e pré-eclâmpsia3.
Objetivos
Relatar um caso de manchas de Roth em um paciente com síndrome hemolítico-urêmica, alertando para a importância dos diferentes diagnósticos diferenciais e suas implicações oftalmológicas.
Delineamento e Métodos
Relato de caso. Revisão de prontuário, exame oftalmológico, exames de imagem complementares e revisão da literatura.
Resultados
Menino, 3 anos e 7 meses de idade, internado em CTI por quadro de PAC complicada com derrame pleural à direita. No quarto dia de internamento, evolui com insuficiência renal aguda, anemia, plaquetopenia e aumento de LDH. À avaliação neurológica, evidenciava-se clônus em membros inferiores, e RMN de crânio com múltiplos focos de hiperintensidade da substância branca em T2. À fundoscopia de ambos os olhos, apresentava manchas de Roth difusas, predominando em regiões de arcadas superior e inferior.
Figuras 1 e 2: RMN de crânio em T2 com lesões hiperintensas, sugestivas de êmbolos.
Figura 3: fundoscopia indireta de olho direito evidenciando lesões ovaladas de aspecto hemorrágico com ponto esbranquiçado central.
Conclusões/Considerações Finais
As manchas de Roth são frequentemente assintomáticas, podendo gerar diminuição na acuidade visual se estiverem presentes na região macular3. O tratamento envolve o suporte e o manejo da doença de base. A sua identificação de forma precoce por meio da fundoscopia viabiliza o diagnóstico de condições sistêmicas, assim como a prevenção de um possível acometimento visual. As lesões tendem a involuir de forma espontânea ao longo do tempo. O acompanhamento periódico dos pacientes com essa condição é indicado até a resolução das lesões4.
Área
RETINA
Categoria
E-POSTER
Autores
ANA BARBARA DIAS LOPES URZEDO, HUGO TOSHIO ITIKAWA, MARIANA MIYAZAKI SOLANO VALE, INGRID TAINAH FRARE VARTHA, KENZO HOKAZONO